Técnica da Inversão de Radiação Fotossinteticamente Ativa

Técnica da inversão de radiação fotossinteticamente ativa no cálculo de índice de área foliar

O Índice de Área Foliar (IAF) é uma das medições mais usadas para descrever a estrutura de um dossel vegetal, com aplicações que vão além do monitoramento de crescimento e produtividade de culturas agrícolas e espécies florestais. A técnica de inversão de PAR oferece uma forma rápida e não destrutiva de estimar o IAF e a ideia é simples: um dossel denso absorve mais luz que um esparso, indicando uma relação entre IAF e interceptação de luz. Neste seminário explicamos como a técnica funciona, quais parâmetros são utilizados, bem como suas vantagens e limitações.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS:

P – Em relação a Absorção Foliar do RFA, o que é transmitido, não necessariamente é absorvido pela planta, apenas interceptado. Por isso, aquele valor de 0,9, como ele é calculado? Ele também leva em consideração massa vegetativa?

R – De fato nem toda a radiação que incide e não atravessa o dossel é necessariamente absorvida pela planta. Parte pode ser refletida, parte pode ficar em órgãos não fotossintéticos. No entanto o índice de absorção usado no modelo se refere apenas ao índice foliar, então é uma análise à nível de folha, como uma folha verde e saudável exposta ao sol absorve a radiação e, adicionalmente, neste caso se refere somente a radiação PAR, ou RFA. Nesta faixa, como observado no gráfico da apresentação, a maior parte da radiação PAR é absorvida. Exceções podem e devem ser analisadas, em casos bem específicos, como em plantas mais cerosas, com tricomas, ou plantas decíduas, em fase de desfolha.

P – Gostaria de saber se vocês tem experiência do uso da técnica de RFA em uso de ambiente protegido com a cultura de pimentão colorido? Quais os ganhos reais para a cultura, no tocante a manejo?

R – Na prática a técnica pode ser usada dentro de ambientes protegidos, desde que a nossa referência seja representativa da radiação que de fato alcança a planta, ou seja, seja medida dentro do mesmo ambiente. Leituras de radiação PAR podem ser tiradas no local de cultivo para se ter uma ideia de manejo da luz, para saber a disponibilidade deste recurso que tem efeito direto na fotossíntese e produção. Posicionamento, material de cobertura, limpeza das estruturas. Já a inversão da radiação para medir IAF é uma informação mais específica, boa para pesquisas, não necessariamente usada no manejo corrente do pimentão. Saber o IAF dá uma ideia de cobertura vegetal, e aí as possibilidades são várias, que são relacionáveis a isso. Cobertura vegetal pode ser útil em comparar variedades, suas velocidades de crescimento, fechamento para competir com plantas invasoras, demanda hídrica, capacidade de interceptar a luz, relacionar com fotossíntese. Daí a importância de saber o que se busca, primeiro, para depois definir que parâmetro eu preciso monitorar, às vezes a pessoa não precisa do IAF, só da radiação PAR.

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